Habitantes da Cidade - Alexia Berry


"Huhum!... Somos gatos de rua, meu amor... Só o que precisamos é uns dos outros..."


Contado por John, senhor de Alexia:

Ela não fala muito comigo. Acho que a menina realmente me detesta, apesar de eu tentar mudar isso. Sabe, eu tenho o jeito do cara malzão, “to nem aí”, mas meus ideais são diferentes, entende? Eu luto por uma sociedade melhor, sacas? Sem essas de “fulano manda, tem que lutar pelo poder, bagaça e talz”. Bom, dane-se. O que aconteceu foi mais ou menos o seguinte:

Gritos, desespero e terror. O som da besta enfurecida, caçando e destruindo o que via pela frente. A fome... E então o gosto da Vitae fresca... Era maravilhoso!
Só quando já estava bem farto e voltava aos meus sentidos é que fui perceber, perplexo, o estrago que tinha causado: uma família inteira da comunidade local pela qual eu lutava...

- Puta merda, o que você fez dessa vez, hein, John? Caramba...
Eu começava a limpar o estrago, e só então eu encontrei aqueles olhos aterrorizados, cheios de lágrimas, porém sem derramar nenhuma... Estava quieta. Era a filha mais nova do casal, qual era o nome dela mesmo? Bom, parecia ter uns 15, 16 anos. Esteve escondida o tempo todo, observou tudo no maior silêncio. Do contrário também estaria morta...

- Ei garota... Acho que um “me desculpe” bem sincero não vai ajudar muito, né? Mas... Me desculpe?
Ela apenas olhava. Nenhum movimento, nenhuma palavra. Mas seus olhos não mentiam, o terror se transformando em raiva.
- Olha, eu estava fora de mim, e me envergonho MUITO disso, oks? Porcaria, o que que eu vou falar pro pessoal? Não posso deixar essa menina aqui assim...

Ao ouvir isso, percebi que ela fez um movimento sutil, aproximando uma das mãos dos destroços de um dos móveis que eu havia destruído... “Mas o quê...?” Ela segurou um pedaço de madeira e avançou com toda sua inútil força contra mim. Haha, segurei-a com um só braço, mas ela continuava me socando e batendo, tentando vigorosamente me machucar...

- QUE É ISSO, CRIANÇA, TÁ DOIDA? Eita pirralha esquentadinha hein? – sorri para ela –Hehe, pelo menos você não foge da raia, não é pequena? Corajosa, corajosa... Diz aí, qual é o seu nome?
Eu a soltei e ela olhou para mim. Não havia medo ali. Gostei. Mas ela não disse nada... Tinha apenas um lenço na outra mão, que segurava com força. Pude ver que tinha um nome bordado: Alexia Berry.

- Alexia Berry? É isso? – silencio – VOCÊ NÃO FALA NÃO, MENINA? – ela mostrou o dedo do meio... Tive vontade de quebrar o pescoço dela também... Mas foi mais uma expressão mesmo. – Bom, tanto faz. Olha, acho que tem só um jeito de eu te ajudar... Vem cá, me dá seu braço... Não tenha medo, você vai só sentir uma dorzinha, mas já passa...

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- Você vem ou não? O Comício começa daqui a pouco, Alexia, se ficar com graça e eu me atrasar eu te arrasto até lá!...
- Eu não vou, já te disse John! Tenho coisa melhor pra fazer, é época de festa... Ficar ouvindo um monte de gente gritar... Pelo menos na rua eu posso dançar ou tomar algo.
- Senhor, eu devia ter quebrado o seu pescoço quando tive a chance...
- Por que não o faz agora, garotão?

...ela ria com o canto da boca, os olhos semi-cerrados, me desafiando claramente, e já prevendo sua pequena vitória. Era difícil lidar com Alexia, mas reparei que ela era assim apenas comigo. De todo modo, já era algo, pelo menos ela FALAVA comigo agora. Demorou até que ela abrisse a boca para mim.

Era relativamente fácil cuidar de Alexia, desde cedo ela já era bem independente. Não precisava de muita observação, se cuidava sozinha e não criava confusões MUITO grandes pro nosso lado... Pelo menos nada que afetasse às “regrinhas vampíricas”, que ela mesmo parecia não ligar, mas respeitava.

Só precisava de ajuda na hora de caçar. Geralmente dava um jeito de assaltar bancos de sangue, era boa nisso. Mas quando precisava de Vitae humana, fresca, de verdade, tinha certo receio de caçar. Até que ela encontrou uma saída criativa para o problema: arrumou uns namoradinhos bobos, fascinados pela beleza da garotinha, e usufrui deles o quanto acha necessário... Eu digo que é melhor caçar, mas deixa ela com essa frescurinha...
Ainda assim, ela mora comigo. Sei lá, parece meio idiota, mas eu ainda a vejo como a mortalzinha que encontrei naquele dia. Tenho que cuidar dela, minha redenção....

Ah não, se você abrir a boca pra falar que eu me apeguei a essa criança, te dou um soco!...


Clã: Brujah

Natureza: Criança
Comportamento: Caçadora de Emoções

Geração: 10ª

Refugio: Alguma casa ou apartamento desocupado, ou qualquer lugar que seu senhor, John, encontrar... Desde que não bata sol, tá ótimo.

Conceito: Jovem "independente" e zoadora

Abraço: 1995

Idade aparente: 16 anos

Físicos: força 3, destreza 4, vigor 3

Sociais: carisma 3, manipulação 3, aparência 2

Mentais: percepção 2, inteligência 2, raciocínio 2


Talentos: prontidão 2, esporte 2, briga 2, esquiva 2, empatia 1, expressão 1, intimidação 1, lábia 2

Perícias: arm. de fogo 1, arm. branca 2, performance 3, furtividade 2, sobrevivência 2

Conhecimentos: acadêmicos 2, computador 1, investigação 1, ciência 1

Especializações:
- Performance : Improviso
- Prontidão: Bisbilhotar ;D

Virtudes: Consciência 3, autocontrole 3, coragem 4

Disciplinas: rapidez 2, potência 1, presença 2

Antecedentes: geração 3, rebanho 1, recursos 1

Qualidades: Vontade de Ferro, Temerária

Defeitos: Pesadelos, Ferimento Permanente (pé esquerdo), Fobia (borboletas)

Humanidade: 6
Força de vontade: 5
Pontos de sangue: 13

Imagem/Perfil Psicológico: Alexia não costuma falar muito. Ela prefere a ação!

Gosta de aprontar algumas apenas por diversão, afinal o que podemos fazer de melhor do que se divertir quando temos a eternidade pela frente? Na verdade, Alexia tem um espírito alegre, jovem e travesso, cultivado desde sua vida mortal, porém agora tem mais liberdade de agira por “não estar mais ligada” às regras humanas. Gosta de sentir a adrenalina correndo por suas veias.

Além disso, acredita que, se conseguir se acostumar com situações de risco, conseguirá lidar melhor com o frenesi. Possui poucos conhecidos na não-vida, passando a maior parte do tempo armando seus esquemas, se divertindo e caminhando pela cidade sozinha. Prefere passar a maior parte do tempo longe de seu refúgio, pois não gosta de seu mestre. Com ele, seu espírito alegre e sua jovialidade somem, dando espaço a uma mulher séria e que guarda grande rancor do homem que destruiu sua família, mesmo apesar de John se esforçar para reparar o erro. Com estranhos, ela é faceira, podendo mostrar-se solícita ou debochada.

Seu modo de agir lembra uma pequena arlequina... Afinal, os risos obscurecem a dor...


Vestuário: "porque uma mulher não é nada sem seu bom salto Prada o/"

Geralmente está com seu macacão de shorts jeans azul bem escuro, blusa regata verde escura com rendas, allstar preto velho e com desenhos feitos por ela mesma, e quando muito usa uma leve blusa de frio preta com detalhes brancos. Os cabelos curtos, meio espetados e com aparência de terem sido cortados de qualquer jeito, soltos ou num rabinho de cavalo preso às pressas, dão um ar jovial de despreocupação e ousadia.

Dicas de interpretação, amores? Aaah, eu mesma respondo!
Morto é quem está enterrado e não pode fazer nada. Eu estou viva e muito bem, obrigada. o/
Aliás, não tem como ficar parado numa cidade tão delirante quanto Nova Orleans, não é, meus gatos? Saia todas as noites em busca de adrenalina, se preciso crie sua própria confusão... Digo, diversão!
Mas, principalmente, não deixe nunca qualquer idiota pensar que tem algum direito sobre você, ainda mais aquele cretino do seu senhor que acha que é seu herói.
Ah sim, mas apesar de tudo isso... Deve existir alguém em quem você confia de coração (ou o que quer que tenha sobrado dele). E você é bem disposto a fazer algumas concessões em nome deste vínculo... : )
Quanto ao resto, faça o que tiver que fazer para ficar satisfeita com sua não-vida! Você tem a eternidade para aproveitar o/

Alexia Berry ;*